Capitulo 3
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Se segure em mim Azekel. A
gente tem que sair daqui rápido. Se nos descobrirem, estaremos mortos.
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Não se preocupe comigo. Só me dê o seu braço, para eu me apoiar. – Azekel
estava com lanhos por toda a costa – E minha mãe?
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Ela está mais na frente, nos esperando. – Mongo estava nervoso, querendo sair o
mais depressa dali.
--
Ela resolveu fugir também? Minha mãe não deveria fazer isso.
Azekel
caminhava devagar, segurando-se no ombro de Mongo.
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A ideia foi toda dela. Ela planejou isso há muito tempo. Só não fugiu antes por
causa de você. E agora é uma oportunidade que não deveria perder. -- Faizah tem
muita coragem.
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Tem sim... E todos nós deveremos ter nesse momento, amigo.
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Eu também. Mas temos que primeiro sair disso aqui. Depois pensaremos em outra
coisa.
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Se a gente conseguir escapar... E não nos pegarem. – Falou Azekel.
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Não vai ser fácil garoto. Ela ti disse alguma coisa sobre fugir?
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Não, Mongo. Não me pergunte essas coisas. Eu nem sei para onde estamos indo...
Você sabe?
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Não Azekel. Só a sua mãe sabe o que fazer. Eu sou devagar pra essas coisas.
Parara
de chover, e tinha muita lama na estrada, por causa das carroças que passavam
por ali e os cavalos do sítio. Estava escuro como breu, mas tinham passado
tanto por aquele caminho que sabiam de cor.
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Vamos parar um pouco Mongo? – Estou cansado. Minhas costas doendo muito quando
ando.
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Não podemos parar agora Azekel. Vamos seguir em frente. Não estamos longe do
local que combinamos. Estamos chegando.
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Está certo. Eu suporto mais um pouco. – Falou Azekel tentando procurar suas últimas
forças.
Não
demorou muito e viram uns vultos na frente.
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Eu acho que vi alguma coisa. – Falou Mongo.
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Eu também. Ali mais adiante.
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Devem ser eles com certeza. Ainda bem. Eu não estava aguentando mais.
Quando
chegaram onde Faizah, e Kodiambo estava, Faizah já estava ficando preocupada
com eles.
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Porque demoraram tanto? – Ela perguntou olhando o Mongo.
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Não demoramos nada. Estamos aqui. Não
estamos? – respondeu Mongo.
Quando
a Faizah viu o filho, desceu da carroça e o abraçou começando a chorar copiosamente.
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Me desculpe mãezinha. Não precisa chorar. Eu já estou aqui.
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Esqueça... Já passou. Sei que você não teve culpa de nada. – disse secando os
olhos.
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Me ajudem a subir... Até uma carroça vocês trouxeram. Ficaram doidos? – Falou Azekel.
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Foi ideia de Kodiambo. – Falou Mongo.
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Vamos embora?
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Vamos Kodiambo. Ponha esses preguiçosos pra correr.
A
carroça estava no galpão do engenho. Kodiambo pegou a carroça e a arrastou por
entre o aceiro do milharal. Dando uma grande volta, pra ficar o mais distante
possível da casa dos empregados. Depois voltou e pegou um burro, que ficava no
engenho. Atrelou o mais rápido possível.
Sabia que isso iria complicar para os escravos que ficariam. Seriam forçados
até a morte para contarem alguma coisa sobre a carroça e quem os ajudou. Mas Kodiambo
não pretendia voltar. Ele já tinha o seu plano. Seguiria com a carroça até onde
desse. A chuva iria encobrir os rastros da carroça, e o cheiro deles por causa
do faro dos cães. Era primeira vez que isso acontecia: De escravos roubarem uma
carroça.
Kodiambo
ficou contente quando veio essa ideia na cabeça. Nunca passaria pela cabeça de
alguém ter a ousadia de roubar uma carroça atrelada a um burro. Quem ousasse
fazer isso, estaria arriscando a sua vida. O coronel usaria isso como exemplo,
para que não ocorressem mais furtos. E desmotivar quem tivesse mais uma ideia
dessas na cabeça.
Era
um plano difícil. Já que a carroça ficava no engenho, e perto da casa dos
empregados. Mais da maneira que Kodiambo fez, não despertou ninguém naquela
hora. Primeiro levou os estribos, a cela e depois puxou a carroça com as
próprias mãos. Depois voltou e pegou o burro que estava no curral. Não teve
dificuldade de pegá-lo. Estavam acostumados com o pessoal do engenho que os
pegavam todos os dias pra moer cana no engenho.
Os
quatro sacos de mantimentos e utensílios estavam acomodados em um canto, depois
foi a vez deles se arranjarem no pequeno espaço na carroça. Kodiambo falou:
--
Vamos gente. Estamos muito tempo parados aqui.
--
Vamos e agora.
A
carroça começou a seguir devagar e depois um pouco mais rápida. Faltava muito
pra clarear, ainda tinham a noite inteira.
--
Esta chuva vai nos ajudar.
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Vai sim. Com certeza.
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Tomara que chova muito depois que chegarmos ao nosso destino. Vai encobrir os
rastros da carroça. – Falou Faizah.
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E quanto mais chuva melhor. – Falou Mongo.
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Ainda não meu amigo. Só depois que a gente entrar na floresta. – Disse Kodiambo.
Azekel
estava de olhos fechados, e trincando os dentes. Não queria demonstrar a dor
que estava sentindo.
Faizah
estava em silêncio, pensando nos próximos passos. Não queria que seus amigos
fossem pegos e mortos por causa dela.
Todos
sabiam o perigo que estavam correndo, era um caminho perigoso.
--
Você está bem Azekel?
Perguntou
Faizah passando as mãos em seu cabelo ralo.
--
Não, mãe, estou ficando com frio, o meu corpo está doendo muito.
--
Vou mais devagar com a carroça Azekel. – Falou Kodiambo olhando para trás. – É
que eu não conheço muito bem esse caminho. Só andei uma ou duas vezes...
--
Não se preocupem comigo. Eu estou bem. – mentiu. -- Temos que ficar o mais distante possível da
fazenda. – Falou Azekel.
--
Concordo. Mas não vou forçar a carroça.
--
Está certo. Obrigado, Kodiambo.
Respondeu
Faizah, segurando-se quando a roda da carroça passou em um buraco na estrada.
A
Lua apareceu entre as nuvens, iluminando todo caminho. Depois desapareceu por
uma nuvem escura.
--
O tempo mudou outra vez. Disse Kodiambo.
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Isso é bom Kodiambo. Assim o burro não anda só por rumo. – Completou Faizah
segurando-se firmemente.
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Está com razão. – Falou Mongo sentado ao lado de Kodiambo.
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Você sabe usar isso? – Perguntou Kodiambo para Mongo, vendo a espingarda em seu
colo.
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Claro... É apontar e puxar o gatilho e só. Não estou certo?
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Se é o que está dizendo... Não digo nada. É você quem está armado.
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Seu idiota. Para de falar e presta atenção na estrada. – Disse Mongo
amigavelmente.
A
carroça seguia devagar pra não fazer barulho, e evitar os buracos. Estava decidido seguirem sempre para frente.
Porém, o motivo maior eram por as feridas do Azekel. A cada sacolejo da carroça
ele gemia de dor.
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Pra onde vamos mãe? Não sei se eu vou aguentar. – Perguntou entre dentes.
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Não se preocupe. O meu coração dirá quando parar.
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Por que não escolheram o outro caminho em direção à cidade? – perguntou Kodiambo.
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Não. Ali seríamos caçados. Além do mais, todos conhecem o sinhozinho. Pela
floresta é fácil a gente se esconder e podemos arranjar comida. O que na cidade
de Olinda não seria fácil. – Disse Faizah. – O caminho mais difícil sempre é o
mais seguro.
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Está bem. Não tinha pensado por esse lado.
Ela
estava abraçada ao filho para aquecê-lo. Notou que o seu corpo estava ficando quente.
Com certeza seria de febre por causa dos machucados. Mas não poderia fazer
nada, estavam em fuga. Os céus o ajudariam.
Como
por milagre parara de chover. E a lua apareceu bela e formosa por entre as árvores.
O céu estava límpido, apenas algumas nuvens carregadas eram levadas pelo vento.
E
estrada era precária, mas não complicava para a carroça e os quatro
personagens. Era uma estrada larga e ladeada por muitas árvores. Era mata
fechada, o caminho fora aberto há muitos anos atrás pelos primeiros escravos
para unir as fazendas. Nunca tinham entrado por ela e ido tão longe na
floresta. Não sabiam o que iria acontecer, nem o que os seus destinos lhes estava
reservando, apenas seguiam a intuição de seguir sempre à frente. O mais longe
possível da fazenda.
Já
estava há mais de três horas na carroça. O céu começou a ficar escuro, e a
chuva surgiu outra vez.
Faizah olhou em volta e disse de repente.
--
É aqui que ficamos Kodiambo. E vocês seguirão em frente por mais um tempo.
Depois voltem pro engenho e... – Ela ia dizendo o que fazer, quando Mongo a
interrompeu.
--
Como? – Perguntou Mongo. – Ainda estamos perto da fazenda e...
--
Não Mongo. Estamos bem distante. Vi pela posição da lua. Eu também lhe disse
que iria até onde o meu coração desejasse. E o meu coração disse que é aqui.
--
Está certo então. Concordou Kodiambo manobrando a carroça.
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Eu não vou com a carroça. Eu vou com vocês. – Falou decididamente.
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Não, Mongo. Você precisa voltar porque...
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Não adianta Faizah. – Disse com firmeza. – Eu não vou voltar. Você vai precisar
de ajuda com o Azekel, e não vou abandoná-los. Além do mais, nos conhecemos há
muitos anos. Ou já se esqueceu?
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Não. Como poderia a gente esquecer tudo aquilo?
--
Eu vou continuar pra frente. —Falou Kodiambo. – Não sei onde vai dar. Mas é
preferível isso a morrer no tronco. Se eu tiver que morrer que seja em
liberdade como você disse Faizah.
Depois
que desceram da carroça junto com os sacos de mantimentos, roupas facão e
alguns utensílios. Faizah abriu o saco de mantimentos e separou uma boa parte
deu pra o Kodiambo.
--
Obrigado Faizah.
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De nada Kodiambo. Estamos lhe devendo
por essa ajuda. Só lhe peço mais um favor. Pode fazer?
Ela
rasgou um pedaço da camisa do Azekel.
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Com certeza.
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Pegue esse pedaço de pano da camisa do Azekel, amarre em sua carroça e vá
arrastando até uma boa parte, depois tire e jogue, ou dentro da mata ou em
algum rio. Entendeu?
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Sim entendi. Mas pra que fazer isso?
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Com certeza quando clarear, o capitão do mato virá à nossa procura, e os cães
vão farejar o pano que você vai arrastar. Mais, quando descer deixe na carroça
e açoite para ela ir pra longe. Quanto mais longe, melhor pra nossa fuga.
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Boa ideia... Onde você aprendeu tudo isso? – Perguntou Kodiambo.
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Com uma amiga no mercado. Quando eu fui com o sinhô fazer compras... Vai-te
embora agora.
--
Adeus. Kodiambo – Disse Mongo lhe dando um abraço.
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A você também amigo. E obrigado. E você Azekel, se cuida. Um dia nos vamos
reencontrar.
--
Obrigado por tudo Kodiambo. Tudo vai dá certo. Adeus e tome cuidado. – Falou
Azekel lhe abraçando.
Depois
das despedidas ele subiu na carroça, amarrou o pedaço de camisa em um barbante
e deixou cair na lama. E açoitou o burro. A carroça estava mais leve, e iria
bem mais rápido.
Ficaram
na estrada vendo-a sumir em uma curva.
O
tempo começou a escurecer. Uma nuvem escura ficou por cima da lua, não tinha
mais estrelas.
--
Vamos. – Falou Faizah. – O tempo está começando a mudar outra vez. --Ela viu os
galhos balançando com o vento. -- Quando começa a ventar assim, sabemos que vem
chuva forte.
--
Vamos prá onde agora Faizah?
--
Ali. Naquele lado – Apontou. – Vamos rápido. Coloque-me duas sacas em minhas
costas que eu ti ajudo.
Andaram
por meia hora. De vez em quando paravam para contornar uma árvore ou algum
tronco caído. Aproveitavam quando a nuvem saía da frente da lua e iluminava.
Pouco tempo depois a mata ficou intransponível. Só com um facão para abrir
caminho. Com a noite escura, dificultava mais ainda.
--
Estamos bem distantes da estrada Faizah. Vamos parar até clarear o dia? – falou
Mongo que carregava o Azekel com cuidado.
A
mata ficou fechada demais pra continuar.
--
Vamos parar sim. Está difícil continuar por esse lado da floresta. A febre dele
está aumentando. – Disse Faizah colocando uma mão em seu rosto. E os sacos nas
folhas.
--
Vamos ficar ali perto daquela árvore. – Apontou Mongo.
--
Está bem. A lua desapareceu Mongo. Não vai demorar pra chover. Isso vai ser
problema pro Azekel. A febre está alta.
--
Está com razão. E agora vem chuva forte. Fiquem aqui, vou procurar um lugar
melhor pra nos abrigar dessa chuva.
Ele
pegou a espingarda e deu pra Faizah.
--
Vá rápido e não vá longe. Tome cuidado pra não se perder.
--
Que nada Faizah. Eu sou um porco do mato. Não me perco por nada.
Quando
ele saiu de perto, Azekel recobrou os sentidos.
--
Onde está o Mongo? – perguntou olhando de lado.
--
Foi procurar um lugar pra passarmos o resto da noite. Não fale Azekel. Como
está se sentindo?
--
Ah... Estou com dor de cabeça. E com muito frio.
--
Espere ele voltar, e verei o que podemos arranjar.
--
Que bom que Mongo resolveu ficar com a gente mãe. Seria muito difícil a gente
fugir sozinhos. – Azekel disse em um momento de lucidez.
--
Eu sei querido. Ele é um bom amigo e vai nos ajudar muito. Ninguém vai nos
encontrar aqui nessa mata.
--
Tomara que não mãe. Se nos pegarem estaremos mortos. Quanto a isso eu estou
tranquila. Ninguém vai nos achar. – Falou Faizah olhando em volta. -- Os anjos
estão conosco filho. Sinto como se alguém estivesse ao meu lado nos guiando.
--
Continua com seus pressentimentos mãe?
Ela
balançou a cabeça afirmativamente.
--
Sempre foi assim filho. Você sempre soube.
Era
verdade. Faizah sempre ouvia vozes e perdera as vezes em que via muitos
espíritos de pessoas desencarnadas ao seu lado. Mesmo de dia, via pessoas de
diversas idades passando perto dela ou olhando-a. Quando ela era criança, sentia
medo, mas depois já adulta acostumou-se com as presenças deles e os tinha como
amigos. Ela lembrou-se agora, por causa do filho, lhe falar aquilo. Muitas
vezes ela se sentia segura com a presença dessas entidades.
Na
parte da tarde enquanto estava sendo torturada no tronco, vira diversos amigos
invisíveis com rostos tristes por causa de ela estar sendo açoitada. Invisíveis
para os outros, mais não para ela. Quando Faizah estava sendo levada para
senzala alguns deles estavam fazendo tratamento em suas feridas. Não comentara
com suas amigas porque certamente lhe diriam que ela teria endoidado de vez. Mas
sabiam que ela sentia isso e via essas criaturas. Uns chamavam de fantasmas e
Faizah dizia: -- São meus amigos.
Ela
ficou encostada em um grande tronco de árvore, com a cabeça do Azekel deitado
em seu colo. Quando ouviu um farfalhar de folhas. Ficou de sobreaviso. Talvez fosse um animal
perigoso, farejando sangue. Podia até ser uma onça. Ela não tinha medo, ficou
com a espingarda em punho.
--
Sou eu Faizah. – Falou Mongo tranquilizando-a.
--
Está bem. Não estava com medo. Se fosse uma onça eu ia usar isso – Apontou a
espingarda.
--
E você sabe usar isso?
--
Não. Nunca usei. Mas eu vi muitos da fazenda usando e matando os nossos irmãos.
É só puxar isso aqui pra trás. – Mostrou o gatilho.
--
Isso mesmo. Mais nada de tiros. Pode chamar a atenção a quilômetros de
distância... Vamos ao que nos importa.
Achei um local bom pra gente passar a noite. E vamos logo que vai voltar a
chover.
--
É longe?
--
Não. Deixe que eu pego o Azekel.
Com
o Azekel nos ombros, foi na frente, por onde tinha vindo. O caminho que fizera
não tinha tantas árvores e fora fácil chegar num buraco num barranco, parecendo
uma pequena caverna. Faizah tentou perscrutar dentro, mas estava muito escuro.
--
Será que não tem nenhum animal aí dentro Mongo? – perguntou desconfiada.
--
Não tem. Eu já vi. Joguei um monte de pau na direção, e não saiu nada.
--
Vamos ficar perto da entrada então. Até clarear.
--
Vamos acender o candeeiro?
--
Não, Mongo. A luz pode nos denunciar. Não é bom a gente arriscar.
Azekel
não falava nada. Estava entorpecido pela febre, que tinha aumentado. Faizah
ajeitou umas folhas secas de dentro da caverna e deitou o Azekel em uma posição
mais confortável.
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Esta chuva vai a noite inteira.
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Mongo. Veja se tem alguma vasilha naquele saco e coloque ali na biqueira. Eu
preciso de água pra passar no rosto dele. Assim baixa a febre.
--
Está certo.
Ele
depois de colocar um caneco embaixo da chuva que ainda estava pouca, se deitou
nas folhagens secas da caverna. Não demorou e caiu no sono.
E
começou a sonhar.
Faizah
continuava a passar pano molhado no rosto de Azekel. Estava torcendo que não
fosse uma infecção. Se estivesse na fazenda se arranjaria com ervas. Mas ali
não tinha nada. De repente ela lembrou-se de que suas amigas tinham colocado
uma garrafada de ervas em um dos sacos. Procurou e encontrou fácil. Umedeceu um
pedaço de pano e colocou na testa do Azekel. Por causa do álcool Azekel tremeu,
depois o seu corpo acostumou-se. Faizah ficou mais aliviada, agora tinha algo
com que usar e não apenas água. Ela também não conseguiu se segurar e dormiu.
O
seu corpo estava muito alquebrado. Não sabia com que forças tinham chegado até
ali. Já que estava com pequenos lanhos das chibatadas.
Um
vento suave passou perto deles, balançando as folhas mansamente, não viram
nada, todos estavam dormindo.
Começou
a chover forte, porém o local em que estavam não caía nenhum pingo de água, as folhas
faziam uma cobertura natural.
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