segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

QUEM FOI ADALGISA NERY? E QUEM É O ESPIRITO ADALGISA ENE?





Como foi a sua passagem por essa esfera terrestre?
Que afinidades têm, eu com ela?


Bem meus irmãos, vou lhes contar a vida de Adalgisa Nery, ou como ela gosta de ser conhecida como, Adalgisa Ene, na espiritualidade.
O Nome verdadeiro dela era, Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira. Nasceu no Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1905 e desencarnou também no Rio de Janeiro, 7 de junho de 1980). Ela era mais conhecida como Adalgisa Nery.
Ela foi uma poetisa modernista, jornalista, escritora, política e embaixatriz e artista plástica. Mais conhecida por suas obras Ar do Deserto, de 1943, Mundos Oscilantes, publicado entre 1937 e 1952, e A Imaginária, de 1959. (Eu tenho um livro dela raro, que adquiri pela net, chamado de NEBLINA publicado em 1972. E autografado pelas suas mãos).
A irmã Adalgisa Nery, mais que gosta de ser chamada de Adalgisa Ene. Nasceu na Rua Sebastião Lacerda, no bairro Laranjeiras, Adalgisa era filha do advogado Gualter Ferreira, natural do Mato Grosso, mas baseado no Rio de Janeiro, e da portuguesa Rosa Cancela. Sensível e imaginativa desde cedo, ela ficou órfã de mãe aos oito anos de idade, o que lhe foi um grande impacto, registrado mais tarde em sua obra. Com essa tenra idade Adalgisa sofreu a perda de sua genitora que era a sua amiga, e seu apoio. Mais a sua luta pela vida estava apenas começando.
O seu pai constituiu o segundo casamento. E foi muito sacrifício da sua parte adolescente, o que se tornou motivo de conflitos emocionais, pois Adalgisa não se adaptou ao temperamento difícil da madrasta. Então essa madrasta induziu o seu marido pai da Adalgisa de interna-la em um colégio de freiras e, naquela época. E vejam você que naquela época ela já era vista como "subversiva" por defender as "órfãs" (categoria comum nos colégios religiosos da época), consideradas subalternas e maltratadas. Adalgisa tomou a causa em suas mãos, em defender os maltratos sofridos no colégio e orfanato, em defender e ajudar as outras crianças que não tinham nem pai e nem mãe, assim como ela. Por essa razão, acabou sendo expulsa da escola. Portanto, a única educação formal que ela recebeu em vida foi a do ensino primário.
Aos quinze anos, Adalgisa se apaixonou por seu vizinho, o pintor Ismael Nery, um dos precursores do Modernismo no Brasil, com quem casou aos dezesseis anos. O casamento durou doze anos, até a morte do pintor em 1934. A partir do casamento, Adalgisa Nery mergulhou em uma vida trepidante, que lhe proporcionou a entrada em um sofisticado circuito intelectual graças a frequentes reuniões em sua casa, uma estada de dois anos na Europa com o marido, e a consequente aquisição de cultura. Porém a vida de Adalgisa foi também muito marcada pelo sofrimento e pela relação conflituosa, muitas vezes violenta, com o marido. O casal teve sete filhos, todos homens, mas somente o mais velho, Ivan, e o caçula, Emmanuel, sobreviveram.
Em 1959 Adalgisa Nery publicou o romance autobiográfico A Imaginária, que se tornou seu maior sucesso editorial. Adalgisa, usando como alter ego a personagem Berenice, descreveu como o fascínio que sentia pelo marido no início do casamento foi substituído por um verdadeiro sentimento de terror pela violência que ele podia assumir na vida cotidiana. (No final desse artigo, postarei mais sobre a sua vida escrita por ela mesma).
Adalgisa ficou viúva muito jovem, assim como foi o seu casamento. Viúva aos vinte e nove anos, sem muitos recursos financeiros e com dois filhos para criar, Adalgisa foi trabalhar primeiro na Caixa Econômica, mas depois conseguiu arranjar um cargo no Conselho do Comércio Exterior do Itamaraty. Em 1937 lançou seu primeiro livro de poesia, intitulado Poemas.
Em 1940 Adalgisa casou com o jornalista e advogado Lourival Fontes, que era o diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado por Getúlio Vargas em 1939, para difundir a ideologia do Estado Novo.
Seguiu o segundo marido em funções diplomáticas em Nova Iorque, de 1943 a 1945, e como embaixador no México em 1945. No México desenvolveu amizade com os pintores Diego Rivera, José Orozco (ambos a retrataram), Frida Kahlo, David Siqueiros e Rufino Tamayo. Em 1952 viajou novamente àquele país, como embaixadora, para representar o Brasil na posse do presidente Adolfo Ruiz Cortines. Recebeu a Ordem da Águia Asteca, nunca antes concedida a uma mulher, em virtude de suas conferências sobre Juana Inés de la Cruz.
Quando tudo estava caminhando para uma vida de plena felicidade, eis mais um advento em sua vida que lhe deu uma reviravolta. O casamento com Lourival durou treze anos, e a separação ocorreu quando ele se apaixonou por outra mulher.
Foi uma época difícil para Adalgisa, de muita dor, e muitas lágrimas, em razão do grande sofrimento causado pelo abandono de Lourival Fontes, e apesar de seu valor literário ser reconhecido não só no Brasil como na França, onde uma coletânea de poemas foi traduzida por Pierre Seghers. Devido a tantos dissabores e lutas, Adalgisa resolveu destruir a própria fama e renegar sua obra. A partir daí, tornou-se jornalista, escrevendo para o jornal Última Hora e política. E resolveu entrar para carreira política, com o intuito de ajudar as mulheres mais sofridas e abandonadas pela sociedade. Devido a sua luta pelos direitos da mulher, ela foi eleita deputada três vezes, primeiro pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e depois, no tempo do bipartidarismo, pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1969 teve o mandato e seus direitos políticos cassados. E começou a ser perseguida pelos militares... A sua luta e sacrifício continuava.
Ela que viveu no alto escalão da política, ao ponto de que , quando morava nos Estados Unidos conheceu o fundador da Disneylândia, foi embaixadora do Brasil no México, era reconhecida na frança como uma grande poetisa...Depois de tantas lutas.Onde se doou em causas nobres, auxiliou tantas mulheres quando foi deputada...
Terminou uma como mulher pobre e desamparada, sem ter onde morar, após em vida ter doado tudo para os filhos, Adalgisa passou a residir de favores. Então uma alma bondosa lhe auxiliou, e entre 1974 e1975 foi morar em uma casa do comunicador Flávio Cavalcanti, em Petrópolis, onde viveu como reclusa, abandonada e esquecida por tudo o que ela fez e por todos que ela ajudou. Contrariando seu propósito de nunca mais dedicar-se à literatura, ela escreveu e publicou ainda dois livros de poesia, dois de contos, um de artigos e um romance, Neblina. O romance foi dedicado a Cavalcanti, considerado "informante" pela Ditadura, em gratidão pelo acolhimento que lhe dera. Como sempre, ela nunca deixou de agradecer a todos que lhe ampararam, mesmo diante das adversidades da vida. No conflito entre o que seria "politicamente correto" e a lealdade a um amigo, Adalgisa escolheu, sem hesitar, o caminho do afeto. Em razão disso, o livro foi ignorado pela crítica.
Em 1975 passou a morar na casa de seu filho mais moço, Emmanuel. Em maio de 1976.
Até que em maio de 1976, Adalgisa resolveu ficar só, não só relembrando o passado, mais para fazer uma analise de tudo o que viveu, de tudo o que ganhou e de tudo o que perdeu.
Numa tarde ela pegou uma folha de papel e deixou um bilhete para o filho e se internou sozinha, por livre e espontânea vontade, sem ter doença alguma, numa casa de repouso para idosos, em Jacarepaguá. Emmanuel, quando chegou em casa, surpreso, não encontrou mais a mãe. Mais também não a procurou.
Um ano mais tarde, ela sofreu um acidente vascular cerebral e ficou afásica e hemiplégica. Três anos mais tarde, aos setenta e quatro anos, faleceu.

Ela desencarnou na noite de, 07 de Junho de 1980.

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