terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A VIDA NAS PALAVRAS DE ADALGISA ENE




Todas as fotos são da Adalgisa Nery (Adalgisa Ene)



Quero lhes chamar a atenção para um fato. Observem que as palavras dela, a singeleza dos seus pensamentos, e como ela escreve, são o mesmo das suas mensagens psicografadas em aqui em nosso grupo.
Trecho do romance autobiográfico A imaginária, publicado em 1957, o sétimo livro de Adalgisa Nery
Um dia, como um dia para toda adolescente, eu senti que amava um homem. Conheci então uma nova paisagem da minha alma. Descobri nesse sentimento um senso de beleza capaz de afugentar todas as sombras acumuladas dentro do meu ser. Pela primeira vez, tive a sensação exata de força e liberdade. Lembro-me que, imantada por ele, eu me integrei totalmente em todas as partículas da vida e da natureza. Subindo os degraus de uma escada de pedra, reparei nas formigas que cruzavam e, com cuidado especial, procurei não esmagá-las com os meus pés.
Fitei com uma ternura cuidadosa as plantas, as flores, as andorinhas, que traçavam espaço e a poeira de orvalho caída sobre as folhagens. Aprendi as cores nas luzes das manhãs e nas tonalidades do anoitecer. Eu estava no processo da metamorfose. Em tudo eu encontrava uma duplicidade de sentido. Estava sob a função de reminiscências eternas que atuavam como ligação do divino que surge no humano e com o divino que se entende no universo. Havia um abandono alegre no meu ser acompanhando a causa misteriosa. E, de repente, me senti identificada com a vida. Tive a impressão de que uma grande chuva caíra sobre o mundo, e agora se apresentava lavado, fresco, radiante. Creio que os meus gestos se tornaram harmoniosos, a minha voz era o eco da música das águas cantantes e a minha memória só se recordava das formas perfeitas, para essa nova construção. Foi uma fase de grandeza aguda e espetacular da minha alma. De tudo emanava doçura e leveza compensadoras.



Não creio que haja nenhum período feliz na nossa vida. Às vezes há uma fase de inconsciência da infelicidade. Nesse espaço de tempo, julgamos estar vivendo uma época feliz. Em realidade, o descontentamento não veio à tona. Estava em gestação no acontecimento. Só notamos quando a ocorrência vem à superfície dos nossos cinco sentidos. Porém ele nunca deixou de existir. É a esse hiato entre a ignorância e o conhecimento do desagradável que denominamos puerilmente de “época feliz”.
O próprio amor que é a mais verdadeira proximidade da felicidade, não desligado jamais de um grande subterrâneo sofrimento. Sobre as horas ardentes de uma plena satisfação amorosa, estão o desgosto e o sofrimento vigiando o primeiro cansaço e o primeiro tédio para flutuarem num tempo mais largo, com maior duração e fundas consequências do que o momento nos trouxe a sensação do eterno.
A minha natureza não é de mulher pessimista. Sou um ser anaglífico vivendo uma sincera fusão de duas imagens de perspectivas semelhantes. Há uma intensidade de forças em profundidade e em extensão girando em meu redor como o ectoplasma. Daí sentir-me constantemente no limbo. Essa explicação tem como finalidade desviar qualquer julgamento precipitado para classificar-me de pessimista. Apesar de ter sido desde menina violentada pela vida, os meus olhos não perderam a noção dos coloridos e dos contornos e a minha alma não esqueceu a música e a harmonia.
Minhas Ultimas palavras.



A VOCÊ MINHA QUERIDA E ESTIMADA ADALGISA NERY, OU COMO VC GOSTA DE SER RECONHECIDA ESPIRITUALMENTE, ADALGISA ENE. EU LHE AGRADEÇO O GRANDE PRIVILÉGIO DE TER VC AO MEU LADO, SINTO A SUA PRESENÇA CONSTANTE EM MINHA VIDA, ME AMPARANDO, ME PROTEGENDO E ME DANDO FORÇAS PARA SEGUIR EM FRENTE. SINTO A SUA PRESENÇA NÃO APENAS PELA SUAVE FRAGRÂNCIA DE ALFAZEMA QUANDO VC CHEGA AO MEU LADO, MAIS SINTO A SUA PRESENÇA NO AMPARO E NA INTUIÇÃO QUE ME CONCEDES E NA BONDADE QUE TENS POR MIM. SEI QUE INCONTÁVEIS VEZES VC ADALGISA SECOU AS MINHAS LÁGRIMAS, E ME LEVANTOU INÚMERAS VEZES QUANDO EU ESTAVA FRAQUEJANDO. E SUPORTOU OS MEUS RESMUNGOS ME ACONSELHANDO SEMPRE. SOU ETERNAMENTE GRATO A DEUS, A JESUS E A VOCÊ. 
QUE NOSSO IRMÃO MAIOR JESUS, SEJA SEMPRE CONTIGO. E MAIS UMA VEZ OBRIGADO POR TUDO.
DESTE SEU FILHO QUE NÃO TEVE MÃE, MAIS TEVE O BEM DE TER VOCÊ COMO A MINHA MÃE COMO EU LHE DISSE CERTA VEZ.
DO SEU FILHO ESPIRITUAL.


Francisco Di montes.

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