Todas as fotos são da Adalgisa Nery (Adalgisa Ene)
Quero lhes chamar a atenção para um fato. Observem que as
palavras dela, a singeleza dos seus pensamentos, e como ela escreve, são o
mesmo das suas mensagens psicografadas em aqui em nosso grupo.
Trecho do romance autobiográfico A imaginária, publicado em
1957, o sétimo livro de Adalgisa Nery
Um dia, como um dia para toda adolescente, eu senti que
amava um homem. Conheci então uma nova paisagem da minha alma. Descobri nesse
sentimento um senso de beleza capaz de afugentar todas as sombras acumuladas
dentro do meu ser. Pela primeira vez, tive a sensação exata de força e
liberdade. Lembro-me que, imantada por ele, eu me integrei totalmente em todas
as partículas da vida e da natureza. Subindo os degraus de uma escada de pedra,
reparei nas formigas que cruzavam e, com cuidado especial, procurei não
esmagá-las com os meus pés.
Fitei com uma ternura cuidadosa as plantas, as flores, as
andorinhas, que traçavam espaço e a poeira de orvalho caída sobre as folhagens.
Aprendi as cores nas luzes das manhãs e nas tonalidades do anoitecer. Eu estava
no processo da metamorfose. Em tudo eu encontrava uma duplicidade de sentido.
Estava sob a função de reminiscências eternas que atuavam como ligação do
divino que surge no humano e com o divino que se entende no universo. Havia um
abandono alegre no meu ser acompanhando a causa misteriosa. E, de repente, me
senti identificada com a vida. Tive a impressão de que uma grande chuva caíra
sobre o mundo, e agora se apresentava lavado, fresco, radiante. Creio que os
meus gestos se tornaram harmoniosos, a minha voz era o eco da música das águas
cantantes e a minha memória só se recordava das formas perfeitas, para essa
nova construção. Foi uma fase de grandeza aguda e espetacular da minha alma. De
tudo emanava doçura e leveza compensadoras.
Não creio que haja nenhum período feliz na nossa vida. Às
vezes há uma fase de inconsciência da infelicidade. Nesse espaço de tempo,
julgamos estar vivendo uma época feliz. Em realidade, o descontentamento não
veio à tona. Estava em gestação no acontecimento. Só notamos quando a
ocorrência vem à superfície dos nossos cinco sentidos. Porém ele nunca deixou
de existir. É a esse hiato entre a ignorância e o conhecimento do desagradável
que denominamos puerilmente de “época feliz”.
O próprio amor que é a mais verdadeira proximidade da
felicidade, não desligado jamais de um grande subterrâneo sofrimento. Sobre as
horas ardentes de uma plena satisfação amorosa, estão o desgosto e o sofrimento
vigiando o primeiro cansaço e o primeiro tédio para flutuarem num tempo mais
largo, com maior duração e fundas consequências do que o momento nos trouxe a
sensação do eterno.
A minha natureza não é de mulher pessimista. Sou um ser
anaglífico vivendo uma sincera fusão de duas imagens de perspectivas
semelhantes. Há uma intensidade de forças em profundidade e em extensão girando
em meu redor como o ectoplasma. Daí sentir-me constantemente no limbo. Essa
explicação tem como finalidade desviar qualquer julgamento precipitado para
classificar-me de pessimista. Apesar de ter sido desde menina violentada pela
vida, os meus olhos não perderam a noção dos coloridos e dos contornos e a
minha alma não esqueceu a música e a harmonia.
Minhas Ultimas palavras.
A VOCÊ MINHA QUERIDA E ESTIMADA ADALGISA NERY, OU COMO VC
GOSTA DE SER RECONHECIDA ESPIRITUALMENTE, ADALGISA ENE. EU LHE AGRADEÇO O GRANDE
PRIVILÉGIO DE TER VC AO MEU LADO, SINTO A SUA PRESENÇA CONSTANTE EM MINHA VIDA,
ME AMPARANDO, ME PROTEGENDO E ME DANDO FORÇAS PARA SEGUIR EM FRENTE. SINTO A
SUA PRESENÇA NÃO APENAS PELA SUAVE FRAGRÂNCIA DE ALFAZEMA QUANDO VC CHEGA AO MEU
LADO, MAIS SINTO A SUA PRESENÇA NO AMPARO E NA INTUIÇÃO QUE ME CONCEDES E NA
BONDADE QUE TENS POR MIM. SEI QUE INCONTÁVEIS VEZES VC ADALGISA SECOU AS MINHAS
LÁGRIMAS, E ME LEVANTOU INÚMERAS VEZES QUANDO EU ESTAVA FRAQUEJANDO. E SUPORTOU
OS MEUS RESMUNGOS ME ACONSELHANDO SEMPRE. SOU ETERNAMENTE GRATO A DEUS, A JESUS
E A VOCÊ.
QUE NOSSO IRMÃO MAIOR JESUS, SEJA SEMPRE CONTIGO. E MAIS UMA VEZ
OBRIGADO POR TUDO.
DESTE SEU FILHO QUE NÃO TEVE MÃE, MAIS TEVE O BEM DE TER
VOCÊ COMO A MINHA MÃE COMO EU LHE DISSE CERTA VEZ.
DO SEU FILHO ESPIRITUAL.
Francisco Di montes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário